sexta-feira, 2 de março de 2018

05/03/2018 - PARABÉNS RIBEIRÃO BONITO




HINO A RIBEIRÃO BONITO

Sob o céu, um manto azul
Fez brotar água, fonte de amor
E como estrela nasceu o meu chão
Tal qual um presépio de Deus.

Se fez o meu Ribeirão
Abrigo de gente feliz
Seus montes guardam o meu coração
Aqui plantei minha raiz.

A aurora o sol desenhou
Aquarela de cores e luz
A noite seu véu debruçou
Com a benção do meu Bom Jesus

Se fez o meu Ribeirão
Abrigo de gente feliz
Seus montes guardam o meu coração
Aqui plantei minha raiz.

Seus campos mil verdes têm
Floresce a esperança sem fim
Terra de sonho, pequeno torrão
Inspira a saudade em mim.

Se fez o meu Ribeirão
Abrigo de gente feliz
Seus montes guardam o meu coração
Aqui plantei minha raíz.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Aposentadoria: o que muda para quem está começando a trabalhar


Por Jalila Arabi e Marquezan Araújo

São muitos os planos para quem está entrando agora no mercado de trabalho. A vontade de descansar após o tempo de contribuição para a Previdência é grande, mas é preciso ficar atento às mudanças propostas pela reforma, que pode ser votada até o dia 28 deste mês.


O especialista em finanças Marcos Melo comenta qual a principal alteração para quem está na faixa etária dos 20 anos.

“Para o pessoal que está começando agora, o que muda, com a aprovação da reforma da Previdência, é o aumento do tempo de trabalho, de contribuição, para que depois possa se aposentar”, explica Melo.

De acordo com a PEC 287, de 2016, que trata de mudanças nas regras para aposentadoria, os contribuintes teriam, agora, uma idade mínima para receber o benefício, chegando aos 65 para os homens e 62 para as mulheres em até 20 anos. Atualmente, o Brasil tem regras diferentes, como explica o advogado Átila Abella.

“Atualmente, nós temos dois tipos de aposentadoria programável, que é a aposentadoria por tempo de contribuição, que existe hoje, que para as mulheres acontece aos 30 anos com qualquer idade, e para os homens com 35 anos de contribuição, também com qualquer idade. Além disso, há previsão na legislação atual da aposentadoria por idade, que é para mulheres aos 60 anos e homens aos 65, desde que tenha 15 anos de contribuição”, destaca o especialista.
A proposta inicial da reforma da Previdência pretendia aumentar para 25 anos o tempo de contribuição, mas o governo voltou atrás e manteve em 15 anos para trabalhadores da iniciativa privada. Para receber a integralidade do salário na aposentadoria, esse grupo precisa contribuir por 40 anos.

Marcos Melo afirma que essa faixa da população pode sofrer impacto, mas que a mudança é necessária para a manutenção do sistema. “Causa certo espanto, mas é preciso reconhecer que a Previdência é um determinado benefício que, em tese, se recebe por causa do acúmulo ao longo do tempo de contribuições que estão sendo feitas”, disse.
Para quem está em vias de se aposentar e já cumpriu todos os requisitos, as regras não vão mudar se a reforma for aprovada.

Rombo
A Secretaria da Previdência do Ministério da Fazenda apresentou recentemente os números relativos ao ano passado. De acordo com o balanço, o déficit previdenciário chegou a R$ 268,79bilhões, rombo 18% maior do que o registrado em 2016. O resultado é a soma dos prejuízos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e dos Regimes Próprios dos Servidores Públicos (RPPS) da União.
O economista do Departamento de Assuntos Fiscais e Sociais do Ministério do Planejamento, Arnaldo Lima, explica por que essa tendência demonstra a necessidade de reforma no sistema previdenciário.

“Nós temos um déficit previdenciário, ou seja, as despesas são maiores do que as receitas. Incluímos milhões de pessoas nos últimos 17 anos, aumentamos o valor do benefício de R$ 274 para R$ 1.200 nesse período e a duração do benefício aumentou em quatro anos. Ou seja, estamos incluindo mais pessoas, por mais tempo, com um valor maior”, disse o especialista.

Fonte: Agencia do Rádio

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Chega o primeiro remédio de dose semanal contra o diabete tipo 2

      A opção ajuda a estabilizar os níveis de glicose por um período                 prolongado — o que garante, no mínimo, conforto e praticidade



Quem tem diabete sabe quão incômodo é aplicar uma injeção ou engolir uma cápsula todo santo dia. Mas um medicamento que está desembarcando no nosso país promete aplacar esse sofrimento, reduzindo drasticamente a quantidade de aplicações necessárias. Com ele, basta uma picada por semana.
A novidade se chama dulaglutida e foi desenvolvida pela farmacêutica Lilly. Voltada para os portadores do tipo 2 da doença — a versão mais comum, que é associada à obesidade e ao sedentarismo —, a droga estimula o pâncreas a fabricar insulina na presença de altos índices glicêmicos. E esse hormônio é o responsável por colocar para dentro das células o açúcar que está dando sopa no sangue. De quebra, a dulaglutida diminui a concentração de glucagon, substância que joga a glicose na circulação. Assim, a doença fica mais bem controlada durante a semana.
Estudos mostram que as pessoas que utilizaram a medicação apresentaram redução de peso e também sofreram com menos episódios de hipoglicemia (uma baixa acentuada nos níveis de açúcar), consequência comum de algumas terapias indicadas para o tratamento da doença. Essas quedas severas nas taxas de açúcar estão associadas a desmaios, sudorese e fraqueza. Em situações graves, deixa o paciente em estado de coma.
Segundo os fabricantes, o remédio é aplicado com uma caneta inteligente, que vem pronta para uso. Basta acioná-la com um clique para que o medicamento seja administrado corretamente através de uma agulha de pequeno calibre.
Fonte:http://saude.abril.com.br/

sábado, 20 de agosto de 2016

Festa de Agosto 2016 - Passeio ciclístico neste domingo dia 21 - Almoço - Show Orquestra de Violeiros de Itapuí




“Deus preparou meu coração”, assegura protagonista de gesto que comoveu o mundo na Rio2016

RIO DE JANEIRO, 18 Ago. 16 / 11:41 am (ACI).- A Olimpíada Rio 2016 está cheia de momentos memoráveis, mas até agora nenhum supera a emoção protagonizada por duas atletas na primeira fase eliminatória da corrida de 5000 metros rasos.
Na primeira fase eliminatória, a corredora Nikki Hamblin da Nova Zelândia tropeçou e causou sem querer a queda de Abbey D’Agostino, dos Estados Unidos. D’Agostino ajudou a Hamblin a levantar-se e alguns metros depois a americana esteve a ponto de abandonar a corrida, mas a neozelandesa – em vez de voltar a competir a prova – a encorajou para que cruzasse a linha de chegada.
A queda causou graves sequelas em ambas e foram as últimas a completar a prova sendo ovacionadas. D’Agostino sofreu uma lesão grave e depois que cruzou a linha de chegada foi levada na cadeira de rodas para receber os primeiros socorros.
Em uma declaração publicada na página USA Track & Field, Abbey D’Agostino assinalou que, “embora minhas ações fossem instintivas naquele momento, a única forma na qual pude racionalizá-lo é que Deus preparou meu coração para responder dessa maneira”.

“Todo este tempo aqui Ele deixou claro que a minha experiência no Rio iria além de somente meu desempenho nas corridas; e no momento que vi a Nikki se levantar compreendi que era isso”, explicou.
Hamblin agradeceu o gesto de D’Agostino. “Independentemente da corrida e o resultado no painel, é um momento que nunca esquecerei pelo resto da minha vida, essa garota sacudindo meu ombro, como se me dissesse: ‘Vamos, levante-se’”, disse a atleta neozelandesa à mídia.
D’Agostino é conhecida pela sua profunda fé cristã. Cresceu no seio de uma família muito católica e em uma entrevista, comentou que se tivesse uma máquina do tempo “adoraria conhecer a Madre Teresa. Isso faria. Seria especial poder conversar com ela”.
Naquela ocasião, ao ser questionada se sua fé era importante para o atletismo, D’Agostino respondeu que “sim, absolutamente. Cresci em uma família católica e estive cercada por alunos de fé no colégio, mas estava na universidade quando ingressei em grupos cristãos no campus, que ocorreu em mim a mudança da mente ao coração”.
“Correr era parte integral dessa experiência. Até quando comecei a sentir a pressão e percebi que se não tivesse um propósito eterno nisso, então o que eu realmente estava fazendo?”, continuou.
“Isto – prosseguiu – foi um aspecto enorme na minha experiência e mais ainda quando compartilhei com os companheiros da minha equipe. Uma das minhas melhores amigas da equipe me encorajou a participar das reuniões de grupos cristãos e estou muito agradecida por isso”.
Em suas redes sociais, a atleta expressou várias vezes sua fé e há alguns meses compartilhou uma frase de Santo Agostinho na qual estava refletindo: “As pessoas viajam para admirar a altura das montanhas, as imensas ondas dos mares, o longo percurso dos rios, o vasto domínio do oceano, o movimento circular das estrelas, e, no entanto, elas passam por si mesmas sem se admirarem”.

Embora seus tempos não foram suficientes para participar da final, os juízes decidiram passá-las direto, pelo grande gesto que tiveram durante a corrida.
Abbey D’Agostino anunciou que não participará devido à lesão que sofreu. Na final, a grande favorita é a etíope Almaz Ayana, que há alguns dias, no Rio de Janeiro, bateu o recorde mundial dos 10 mil metros rasos.


Fonte: Acidigital.com

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Trabalhou antes de 1988? Você pode ter valores a receber do Fundo PIS/Pasep


Cerca de 15,5 milhões de pessoas talvez não saibam, mas têm dinheiro para receber do Fundo PIS/Pasep. A estimativa é da CGU (Controladoria-Geral da União). 

O que é o Fundo PIS/Pasep?

Até 1988, as empresas e órgãos públicos depositavam dinheiro nesse fundo em nome de todos os funcionários e servidores contratados. Cada trabalhador é um cotista do fundo.

Quem tem direito a receber?

Quem trabalhou como contratado em uma empresa ou servidor público antes de 1988 e não sacou todos os recursos do fundo ainda.

Quanto é possível receber?

Essas pessoas têm direito a receber, a cada ano, os rendimentos de sua parte no fundo. Esse direito é diferente do abono salarial (o abono do PIS), concedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Além disso, os trabalhadores que têm dinheiro no Fundo PIS/Pasep podem sacar o valor total disponível quando se aposentam, ficam com uma doença grave ou completam 70 anos. Em caso de morte, os valores devem ser pagos aos dependentes.

Como descobrir se tenho direito?

Para saber se tem algo a receber, quem trabalhou antes de 1988 deve procurar:
  • uma agência da Caixa Econômica Federal, se trabalhava numa empresa privada;
  • um agência do Banco do Brasil, se era servidor público.
É preciso levar um documento com foto e informar seu número PIS ou Pasep. Se não souber, basta apresentar nome e CPF do trabalhador.

Fundo deve ser mais divulgado

A CGU fez uma auditoria no fundo. Entre julho de 2013 e julho de 2014, ele contava com a participação de aproximadamente 31 milhões de trabalhadores inscritos e cerca de R$ 37,5 bilhões. 
Do total de participantes, 26 milhões tinham trabalhado em empresas (tinham registro no PIS, Programa de Integração Social) e 5 milhões eram servidores (com registro no Pasep, Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público).
A CGU afirma que quase metade dos cotistas (cerca de 15,5 milhões) pode desconhecer que tenha direito a esses valores. Por isso, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o assunto seja amplamente divulgado.
O site do Tesouro Nacional traz mais informações sobre o assunto: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/pt_PT/fundo-pis-pasep

Fonte: UOL

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Radio BJ e Morro Bom Jesus precisam de sua ajuda

Leia abaixo nota divulgada pela diretoria da Associação Cultural e de Promoção Social Casimiro Mikucki:

sábado, 26 de setembro de 2015

Discurso do Papa Francisco no EUA.

Dom Álvaro Del Portillo
Prezados leitores,

compartilhamos na integra o discurso histórico do Papa no Congresso dos Estados Unidos da América.

Avaliamos ser um texto para levar para oração e tirar consequências práticas para o nosso cotidiano.

Cor Mariae Dulcissimum, Iter serva tutum!



DISCURSO DO SANTO PADRE

Washington, Capitólio
Quinta-feira, 24 de Setembro de 2015


Senhor Vice-Presidente,
Senhor Presidente da Câmara dos Representantes,
Distintos Membros do Congresso,
Queridos Amigos!

Sinto-me muito grato pelo convite para falar a esta Assembleia Plenária do Congresso «na terra dos livres e casa dos valorosos». Apraz-me pensar que o motivo para isso tenha sido o facto de também eu ser um filho deste grande continente, do qual muito recebemos todos nós e relativamente ao qual partilhamos uma responsabilidade comum.

Cada filho ou filha duma determinada nação tem uma missão, uma responsabilidade pessoal e social. A vossa responsabilidade própria de membros do Congresso é fazer com que este país, através da vossa actividade legislativa, cresça como nação. Vós sois o rosto deste povo, os seus representantes. Sois chamados a salvaguardar e garantir a dignidade dos vossos concidadãos na busca incansável e exigente do bem comum, que é o fim de toda a política.

Uma sociedade política dura no tempo quando, como uma vocação, se esforça por satisfazer as carências comuns, estimulando o crescimento de todos os seus membros, especialmente aqueles que estão em situação de maior vulnerabilidade ou risco. A actividade legislativa baseia-se sempre no cuidado das pessoas. Para isso fostes convidados, chamados e convocados por aqueles que vos elegeram.

O vosso trabalho lembra-me, sob dois aspectos, a figura de Moisés. Por um lado, o patriarca e legislador do povo de Israel simboliza a necessidade que têm os povos de manter vivo o seu sentido de unidade com os instrumentos duma legislação justa. Por outro, a figura de Moisés leva-nos directamente a Deus e, por consequência, à dignidade transcendente do ser humano. Moisés oferece-nos uma boa síntese do vosso trabalho: a vós, pede-se para proteger, com os instrumentos da lei, a imagem e semelhança moldadas por Deus em cada rosto humano.

Nesta perspectiva, hoje quereria dirigir-me não só a vós mas, através de vós, a todo o povo dos Estados Unidos. Aqui, juntamente com os seus representantes, quereria aproveitar esta oportunidade para dialogar com tantos milhares de homens e mulheres que se esforçam diariamente por cumprir uma honesta jornada de trabalho, por trazer para casa o pão de cada dia, por poupar qualquer dólar e – passo a passo – construir uma vida melhor para as suas famílias. São homens e mulheres que não se preocupam apenas com pagar os impostos, mas – na forma discreta que os caracteriza – sustentam a vida da sociedade. Geram solidariedade com as suas actividades e criam organizações que ajudam quem tem mais necessidade.

Quereria também entrar em diálogo com as numerosas pessoas idosas que são um depósito de sabedoria forjada pela experiência e que procuram de muito modos, especialmente através do voluntariado, partilhar as suas histórias e experiências. Sei que muitas delas estão aposentadas, mas ainda activas e continuam a empenhar-se na construção deste país. Desejo também dialogar com todos os jovens que lutam por realizar as suas grandes e nobres aspirações, que não se deixam extraviar por propostas superficiais e que enfrentam situações difíceis, tantas vezes resultantes da imaturidade de muitos adultos. Quereria dialogar com todos vós, e desejo fazê-lo através da memória histórica do vosso povo.

A minha visita tem lugar num momento em que homens e mulheres de boa vontade estão a celebrar o aniversário de alguns americanos famosos. Apesar da complexidade da história e da realidade da fraqueza humana, estes homens e mulheres foram capazes, com todas as suas diferenças e limitações, de construir um futuro melhor com trabalho duro e sacrifício pessoal – alguns à custa da própria vida. Deram forma a valores fundamentais, que permanecerão para sempre no espírito do povo americano. Um povo com este espírito pode atravessar muitas crises, tensões e conflitos, já que sempre conseguirá encontrar a força para ir avante e fazê-lo com dignidade. Estes homens e mulheres dão-nos uma possibilidade de ver e interpretar a realidade. Ao honrar a sua memória, somos estimulados, mesmo no meio de conflitos, na vida concreta de cada dia, a haurir das nossas mais profundas reservas culturais.

Quereria mencionar quatro destes americanos: Abraham Lincoln, Martin Luther King, Dorothy Day e Thomas Merton.

Este ano completam-se cento e cinquenta anos do assassinato do Presidente Abraham Lincoln, o guardião da liberdade, que trabalhou incansavelmente para que «esta nação, com a protecção de Deus, pudesse ter um renascimento de liberdade». Construir um futuro de liberdade requer amor pelo bem comum e colaboração num espírito de subsidiariedade e solidariedade.

Todos estamos plenamente cientes e também profundamente preocupados com a situação social e política inquietante do mundo actual. O nosso mundo torna-se cada vez mais um lugar de conflitos violentos, ódios e atrocidade brutais, cometidos até mesmo em nome de Deus e da religião. Sabemos que nenhuma religião está imune de formas de engano individual ou de extremismo ideológico. Isto significa que devemos prestar especial atenção a qualquer forma de fundamentalismo, tanto religioso como de qualquer outro género. É necessário um delicado equilíbrio para se combater a violência perpetrada em nome duma religião, duma ideologia ou dum sistema económico, enquanto, ao mesmo tempo, se salvaguarda a liberdade religiosa, a liberdade intelectual e as liberdades individuais. Mas há outra tentação de que devemos acautelar-nos: o reducionismo simplista que só vê bem ou mal, ou, se quiserdes, justos e pecadores. O mundo contemporâneo, com as suas feridas abertas que tocam muitos dos nossos irmãos e irmãs, exige que enfrentemos toda a forma de polarização que o possa dividir entre estes dois campos. Sabemos que, na ânsia de nos libertar do inimigo externo, podemos ser tentados a alimentar o inimigo interno. Imitar o ódio e a violência dos tiranos e dos assassinos é o modo melhor para ocupar o seu lugar. Isto é algo que vós, como povo, rejeitais.

Pelo contrário, a nossa resposta deve ser uma resposta de esperança e cura, de paz e justiça. É-nos pedido para fazermos apelo à coragem e à inteligência, a fim de se resolverem as muitas crises económicas e geopolíticas de hoje. Até mesmo num mundo desenvolvido aparecem demasiado evidentes os efeitos de estruturas e acções injustas. Os nossos esforços devem concentrar-se em restaurar a paz, remediar os erros, manter os compromissos, e assim promover o bem-estar dos indivíduos e dos povos. Devemos avançar juntos, como um só, num renovado espírito de fraternidade e solidariedade, colaborando generosamente para o bem comum.

Os desafios, que hoje enfrentamos, requerem uma renovação deste espírito de colaboração, que produziu tantas coisas boas na história dos Estados Unidos. A complexidade, a gravidade e a urgência destes desafios exigem que ponhamos a render os nossos recursos e talentos e nos decidamos a apoiar-nos mutuamente, respeitando as diferenças e convicções de consciência.

Nesta terra, as várias denominações religiosas deram uma grande ajuda na construção e fortalecimento da sociedade. É importante que hoje, como no passado, a voz da fé continue a ser ouvida, porque é uma voz de fraternidade e de amor que procura fazer surgir o melhor em cada pessoa e em cada sociedade. Esta cooperação é um poderoso recurso na luta por eliminar as novas formas globais de escravidão, nascidas de graves injustiças que só podem ser superadas com novas políticas e novas formas de consenso social.

Penso aqui na história política dos Estados Unidos, onde a democracia está profundamente radicada no espírito do povo americano. Qualquer actividade política deve servir e promover o bem da pessoa humana e estar baseada no respeito pela dignidade de cada um. «Consideramos evidentes, por si mesmas, estas verdades: que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que, entre estes, estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade» (Declaração de Independência, 4 de Julho de 1776). Se a política deve estar verdadeiramente ao serviço da pessoa humana, segue-se que não pode estar submetida à economia e às finanças. É que a política é expressão da nossa insuprível necessidade de vivermos juntos em unidade, para podermos construir unidos o bem comum maior: uma comunidade que sacrifique os interesses particulares para poder partilhar, na justiça e na paz, os seus benefícios, os seus interesses, a sua vida social. Não subestimo as dificuldades que isto implica, mas encorajo-vos neste esforço.

Penso também na marcha que Martin Luther King guiou de Selma a Montgomery, há cinquenta anos, como parte da campanha para conseguir o seu «sonho» de plenos direitos civis e políticos para os afro-americanos. Aquele sonho continua a inspirar-nos. Alegro-me por a América continuar a ser, para muitos, uma terra de «sonhos»: sonhos que levam à acção, à participação, ao compromisso; sonhos que despertam o que há de mais profundo e verdadeiro na vida das pessoas. Nos últimos séculos, milhões de pessoas chegaram a esta terra perseguindo o sonho de construírem um futuro em liberdade. Nós, pessoas deste continente, não temos medo dos estrangeiros, porque outrora muitos de nós éramos estrangeiros. Digo-vos isto como filho de imigrantes, sabendo que também muitos de vós sois descendentes de imigrantes. Tragicamente, os direitos daqueles que estavam aqui, muito antes de nós, nem sempre foram respeitados. Por aqueles povos e as suas nações, desejo, a partir do coração da democracia americana, reafirmar a minha mais alta estima e consideração. Aqueles primeiros contactos foram muitas vezes tumultuosos e violentos, mas é difícil julgar o passado com os critérios do presente. Todavia, quando o estrangeiro no nosso meio nos interpela, não devemos repetir os pecados e os erros do passado. Devemos decidir viver agora o mais nobre e justamente possível e, de igual modo, formar as novas gerações para não virarem as costas ao seu «próximo» e a tudo aquilo que nos rodeia. Construir uma nação pede-nos para reconhecer que devemos constantemente relacionar-nos com os outros, rejeitando uma mentalidade de hostilidade para se adoptar uma subsidiariedade recíproca, num esforço constante de contribuir com o melhor de nós. Tenho confiança que o conseguiremos.

O nosso mundo está a enfrentar uma crise de refugiados de tais proporções que não se via desde os tempos da II Guerra Mundial. Esta realidade coloca-nos diante de grandes desafios e decisões difíceis. Também neste continente, milhares de pessoas sentem-se impelidas a viajar para o Norte à procura de melhores oportunidades. Porventura não é o que queríamos para os nossos filhos? Não devemos deixar-nos assustar pelo seu número, mas antes olhá-los como pessoas, fixando os seus rostos e ouvindo as suas histórias, procurando responder o melhor que pudermos às suas situações. Uma resposta que seja sempre humana, justa e fraterna. Devemos evitar uma tentação hoje comum: descartar quem quer que se demonstre problemático. Lembremo-nos da regra de ouro: «O que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles» (Mt 7, 12).

Esta norma aponta-nos uma direcção clara. Tratemos os outros com a mesma paixão e compaixão com que desejamos ser tratados. Procuremos para os outros as mesmas possibilidades que buscamos para nós mesmos. Ajudemos os outros a crescer, como quereríamos ser ajudados nós mesmos. Em suma, se queremos segurança, demos segurança; se queremos vida, demos vida; se queremos oportunidades, providenciemos oportunidades. A medida que usarmos para os outros será a medida que o tempo usará para connosco. A regra de ouro põe-nos diante também da nossa responsabilidade de proteger e defender a vida humana em todas as fases do seu desenvolvimento.

Esta convicção levou-me, desde o início do meu ministério, a sustentar a vários níveis a abolição global da pena de morte. Estou convencido de que esta seja a melhor via, já que cada vida é sagrada, cada pessoa humana está dotada duma dignidade inalienável, e a sociedade só pode beneficiar da reabilitação daqueles que são condenados por crimes.

Recentemente, os meus irmãos bispos aqui nos Estados Unidos renovaram o seu apelo pela abolição da pena de morte. Não só os apoio, mas encorajo também todos aqueles que estão convencidos de que uma punição justa e necessária nunca deve excluir a dimensão da esperança e o objectivo da reabilitação.

Nestes tempos em que as preocupações sociais são tão importantes, não posso deixar de mencionar a Serva de Deus Dorothy Day, que fundou o Catholic Worker Movement. O seu compromisso social, a sua paixão pela justiça e pela causa dos oprimidos estavam inspirados pelo Evangelho, pela sua fé e o exemplo dos Santos.

Quanto estrada percorrida neste campo em tantas partes do mundo! Quanto se fez nestes primeiros anos do terceiro milénio para fazer sair as pessoas da pobreza extrema! Sei que partilhais a minha convicção de que se tem de fazer ainda muito mais e de que, em tempos de crise e dificuldade económica, não se deve perder o espírito de solidariedade global. Ao mesmo tempo, desejo encorajar-vos a não esquecer todas as pessoas à nossa volta encastradas nas espirais da pobreza. Há necessidade de dar esperança também a elas. A luta contra a pobreza e a fome deve ser travada com constância nas suas múltiplas frentes, especialmente nas suas causas. Sei que hoje, como no passado, muitos americanos estão a trabalhar para enfrentar este problema.

Naturalmente uma grande parte deste esforço situa-se na criação e distribuição de riqueza. A utilização correcta dos recursos naturais, a aplicação apropriada da tecnologia e a capacidade de orientar devidamente o espírito empresarial são elementos essenciais duma economia que procura ser moderna, inclusiva e sustentável. «A actividade empresarial, que é uma nobre vocação orientada para produzir riqueza e melhorar o mundo para todos, pode ser uma maneira muito fecunda de promover a região onde instala os seus empreendimentos, sobretudo se pensa que a criação de postos de trabalho é parte imprescindível do seu serviço ao bem comum» (Enc. Laudato si’, 129). Este bem comum inclui também a terra, tema central da Encíclica que escrevi, recentemente, para «entrar em diálogo com todos acerca da nossa casa comum» (ibid., 3). «Precisamos de um debate que nos una a todos, porque o desafio ambiental, que vivemos, e as suas raízes humanas dizem respeito e têm impacto sobre todos nós» (ibid., 14).

Na encíclica Laudato si’, exorto a um esforço corajoso e responsável para «mudar de rumo» (ibid., 61) e evitar os efeitos mais sérios da degradação ambiental causada pela actividade humana. Estou convencido de que podemos fazer a diferença e não tenho dúvida alguma de que os Estados Unidos – e este Congresso – têm um papel importante a desempenhar. Agora é o momento de empreender acções corajosas e estratégias tendentes a implementar uma «cultura do cuidado» (ibid., 231) e «uma abordagem integral para combater a pobreza, devolver a dignidade aos excluídos e, simultaneamente, cuidar da natureza» (ibid., 139). Temos a liberdade necessária para limitar e orientar a tecnologia (cf. ibid., 112), para individuar modos inteligentes de «orientar, cultivar e limitar o nosso poder» (ibid., 78) e colocar a tecnologia «ao serviço doutro tipo de progresso, mais saudável, mais humano, mais social, mais integral» (ibid., 112). A este respeito, confio que as instituições americanas de investigação e académicas poderão dar um contributo vital nos próximos anos.

Um século atrás, no início da I Grande Guerra que o Papa Bento XV definiu «massacre inútil», nascia outro americano extraordinário: o monge cisterciense Thomas Merton. Ele continua a ser uma fonte de inspiração espiritual e um guia para muitas pessoas. Na sua autobiografia, deixou escrito: «Vim ao mundo livre por natureza, imagem de Deus; mas eu era prisioneiro da minha própria violência e do meu egoísmo, à imagem do mundo onde nascera. Aquele mundo era o retrato do Inferno, cheio de homens como eu, que amam a Deus e contudo odeiam-No; nascidos para O amar, mas vivem no medo de desejos desesperados e contraditórios». Merton era, acima de tudo, homem de oração, um pensador que desafiou as certezas do seu tempo e abriu novos horizontes para as almas e para a Igreja. Foi também homem de diálogo, um promotor de paz entre povos e religiões.

Nesta perspectiva de diálogo, gostaria de saudar os esforços que se fizeram nos últimos meses para procurar superar as diferenças históricas ligadas a episódios dolorosos do passado. É meu dever construir pontes e ajudar, por todos os modos possíveis, cada homem e cada mulher a fazerem o mesmo. Quando nações que estiveram em desavença retomam o caminho do diálogo – um diálogo que poderá ter sido interrompido pelas mais válidas razões –, abrem-se novas oportunidades para todos. Isto exigiu, e exige, coragem e audácia, o que não significa irresponsabilidade. Um bom líder político é aquele que, tendo em conta os interesses de todos, lê o momento presente com espírito de abertura e sentido prático. Um bom líder político não cessa de optar mais por «iniciar processos do que possuir espaços» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 222-223).

Estar ao serviço do diálogo e da paz significa também estar verdadeiramente determinado a reduzir e, a longo prazo, pôr termo a tantos conflitos armados em todo o mundo. Aqui devemos interrogar-nos: Por que motivo se vendem armas letais àqueles que têm em mente infligir sofrimentos inexprimíveis a indivíduos e sociedade? Infelizmente a resposta, como todos sabemos, é apenas esta: por dinheiro; dinheiro que está impregnado de sangue, e muitas vezes sangue inocente. Perante este silêncio vergonhoso e culpável, é nosso dever enfrentar o problema e deter o comércio de armas.

Três filhos e uma filha desta terra, quatro indivíduos e quatro sonhos: Lincoln, a liberdade; Martin Luther King, a liberdade na pluralidade e não-exclusão; Dorothy Day, a justiça social e os direitos das pessoas; e Thomas Merton, capacidade de diálogo e abertura a Deus.

Quatro representantes do povo americano.

Concluirei a minha visita ao vosso país em Filadélfia, onde participarei no Encontro Mundial das Famílias. É meu desejo que, durante toda a minha visita, a família seja um tema recorrente. Como foi essencial a família na construção deste país! E como merece ainda o nosso apoio e encorajamento! E todavia não posso esconder a minha preocupação pela família, que está ameaçada, talvez como nunca antes, de dentro e de fora. As relações fundamentais foram postas em discussão, bem como o próprio fundamento do matrimónio e da família. Posso apenas repropor a importância e sobretudo a riqueza e a beleza da vida familiar.

Em particular quereria chamar a atenção para os membros da família que são os mais vulneráveis: os jovens. Para muitos deles anuncia-se um futuro cheio de tantas possibilidades, mas muitos outros parecem desorientados e sem uma meta, encastrados num labirinto sem esperança, marcado por violências, abusos e desespero. Os seus problemas são os nossos problemas. Não podemos evitá-los. É necessário enfrentá-los juntos, falar deles e procurar soluções eficazes em vez de ficar empantanados nas discussões. Correndo o risco de simplificar, poderemos dizer que vivemos numa cultura que impele os jovens a não formarem uma família, porque lhes faltam possibilidades para o futuro. Mas esta mesma cultura apresenta a outros tantas opções que também eles são dissuadidos de formar uma família.

Uma nação pode ser considerada grande, quando defende a liberdade, como fez Lincoln; quando promove uma cultura que permita às pessoas «sonhar» com plenos direitos para todos os seus irmãos e irmãs, como procurou fazer Martin Luther King; quando luta pela justiça e pela causa dos oprimidos, como fez Dorothy Day com o seu trabalho incansável, fruto duma fé que se torna diálogo e semeia paz no estilo contemplativo de Thomas Merton.

Nestas notas, procurei apresentar algumas das riquezas do vosso património cultural, do espírito do povo americano. Faço votos de que este espírito continue a desenvolver-se e a crescer de tal modo que o maior número possível de jovens possa herdar e habitar numa terra que inspirou tantas pessoas a sonhar.

Deus abençoe a América!

Palavras pronunciadas pelo Papa, no terraço do Congresso

Bom-dia a todos vós! Agradeço a vossa recepção e a vossa presença. Agradeço às personagens mais importantes que aqui estão: as crianças. Quero pedir a Deus que vos abençoe: «Senhor, Pai de todos nós, abençoai este povo, abençoai a cada um deles, abençoai as suas famílias, concedei-lhes aquilo de que mais necessitam». Peço-vos, por favor, que rezeis por mim. E, se houver entre vós alguém que não crê ou não pode rezar, peço-lhe, por favor, que me deseje coisas boas. Obrigado! Muito obrigado! Deus abençoe a América!

Fonte: Vaticano